sexta-feira, 22 de abril de 2011

Se discordar, Relinche!

Se passar na banca e ver a VEJA, não compre.
Se comprar, não abra.
Se abrir, não leia.
Se ler, não acredite.
Se acreditar, RELINCHE.


            Essa recomendação genial que foi extraída do blog “Brasil, mostra a tua cara!” e parafraseada aqui, vale para a Veja, a Folha, a Época e muitas outras fontes de informação que a gente costuma tomar como principal. Pra falar a verdade, existe alguma mídia de acesso tão conhecido quanto as citadas que seja de confiança? As redes televisivas, revistas e jornais de hoje estão apenas tentando exercer a função de manter a inércia do mundo: o de cima sobe e o de baixo desce. Obviamente que as próprias redes estatais dos governos corruptos não deixam transparecer toda a verdade. No caso do Paraná, a programação da rede educativa já mudou bastante este ano.
            Às vezes, eu tenho discussão com pessoas que de repente soltam um “até na globo eles falaram!”. Essa é a hora que eu digo ‘você acredita mesmo nisso?’. Se a resposta é sim, fim da discussão. Como eu vou discutir com uma pessoa que simplesmente aceita o que eles querem que a gente acredite pra ficarem por cima da carne seca?
            Essas redes só defendem os ideais liberalistas, atacam programas de políticas públicas como se todo mundo, sem o mínimo incentivo, tivesse que simplesmente se adequar ao sistema como alguns fizeram, só que com todo apoio necessário. Criticam os direitos que a classe operária vai ganhando a passos de formiga. Antes das eleições, saiu na Época uma reportagem sobre as diferenças entre José Serra e Dilma. Todo mundo sabe que eu acho que a Dilma está a anos-luz a frente de seu ocasional concorrente. Mas a Época não, e por isso mostrou aos leitores as idéias da Dilma, e explicou, defendendo, detalhadamente, os pontos de José Serra. Jornalistas de uma ética que só vendo...
            Entre essas e outras raivas, me perguntam também porque não sou a favor da proteção do diploma de jornalista se eu quero ser um. Olha, eu sei que é importante para a proteção da classe, mas ao mesmo tempo, quer dizer então que quem não fizer faculdade não pode se expressar? Na realidade, meu ponto é o seguinte: existem tantos jornalistas colocando inverdades frente ao povo, que não faz sentido dizer que quem estudar isso vai ter mais ética. Sou a favor, não de um controle irrestrito, mas alguma forma de evitar que se digam mentiras. Sei que é difícil, por melhor que sejam as intenções do presidente anterior e da atual presidenta (e são ótimas! Não se deixe alienar pela mídia XXXX!), termos um controle eficaz e imparcial da divulgação de notícias, mas as classes populares não têm condições de filtrar notícias, e por isso se faz tão necessária uma legislação controladora. Não como a da ditadura, que impedia quem era a favor de liberdade de se expressar. Mas um órgão que controle as mentiras, divulgadas tanto pelas (muitas) fontes de informação ligadas à direita quanto pelas (raras) fontes de notícias favoráveis à esquerda. Isso parece com ditadura, mas consiste simplesmente em proteger o leitor, que vai ter uma informação mais rica de verdades, mesmo que essas venham com opiniões resumidas em 'pobre tem que se ferrar!'. Que seja mostrada a verdade toda, e não que algumas sejam ignoradas pelos "jornalistas".
            Uma coisa é a sua opinião, por mais ridícula e contra os direitos dos trabalhadores ela seja. Outra coisa bem diferente é colocar aquilo como uma verdade, sem pensar nas conseqüências que vai ter na cabeça dos coitados subordinados aos que querem dinheiro a qualquer custo. Na verdade, a grande mídia pensa nisso sim: pra poder usar justamente esse efeito contra o povo. Isso faz todo mundo aceitar as condições ridículas de vida, e em muitos casos tentar nadar contra a corrente que faz o país evoluir igualmente pra todo mundo, simplesmente por não ter a educação adequada que o País está tentando começar a fornecer. Mas isso demora. Enquanto isso, o que nós podemos fazer é ter a visão mais crítica a respeito dessa mídia mentirosa, que se mascara em visuais bonitos e tipos ideais de felicidade. Não se basear em uma fonte só. Ao menos conhecer os dois lados da moeda. Até aqui, é tudo sua obrigação como cidadão. Mas de preferência, escolha o lado que defende o que é bom pra todos. O triste é que você ainda pode escolher o lado que só defende alguns, mas a escolha ainda é sua.

Guilherme Schnekenberg

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Manifesto Psicanalista


            Hoje o post estará tanto aqui no Indigestão Social quanto no Indigestão Literária, visto que isso era pra ser só um texto poético mesmo, que acabou tocando nos pontos básicos da minha visão de cultura e formação de pensamentos e gostos, que são fundamentos importantíssimos pra explicar que a justiça só está em uma sociedade onde todos sejam iguais de fato. Não que eu seja um especialista em psicanálise, mas isso é o que eu acho, resume tudo que eu vivo falando sobre porque os seres humanos fazem o que fazem, desde assassinato até ouvir música...

            Sabe o que é mais legal nisso? Que eu não sou o que quero ser. Nem nunca fui ou nunca serei. A começar pelo meu nascimento, que eu nunca decidi. E ainda no ventre era forçado a escutar Tom Jobim. Não que hoje eu não goste, mas isso foi algo que me faz até hoje rejeitar, a princípio pelo menos, o que não corresponde à arte acadêmica. Leram pra mim livros que hoje eu percebo serem fascistas, ensinando-me como ser um rapaz correto, sem falar palavrão, ou roubar, que é o que faria sem essa fixação de valores se fosse preciso. Mas do jeito que esses valores me deixaram, mesmo se estivesse com fome eu não roubaria, porém, considero isso mais do que digno.
            Deus não existe. Pelo menos pra mim. Coisa das influências na minha juventude. Mas fui criado com tantos valores católicos que acho que o homem tem alguma espécie de direito sobre a natureza. Não é minha culpa, eu não escolhi. Foi tudo caindo como o céu, que nos molha como bem entender. Na verdade nem ele escolhe. Está condicionado às nossas interferências ambientais.
            Outra coisa é essa história de me vestir de um jeito, vestir de outro. Não teria pego uma calça xadrez com uma camisa listada se não soubesse desse existência de (não-)combinação. Tudo que eu gosto. Tem uma interação química no meu organismo, mas que é condicionada pelos valores culturais, como “comer doce para ansiedade”. Bastaria alguém dizer desde a minha infância que o salgado acalma mais. Ou o amargo. Eu poderia escolher outra coisa sem o fator cultural. E de nenhuma forma eu estaria escolhendo.
            Por isso não me importa se é moda da vez gostar de bolo, de torta, de café, preto ou branco, chocolate. Algo me levou a gostar de mim, e sendo assim eu sou assado. Não interessa quem está do meu lado.
            O mundo me disse mil coisas, das quais tirei mil e uma com ajuda de outras. Por isso não sei se sou eu que estou aqui dentro mesmo, ou tudo isso que estou sentindo só inventaram pra mim. Posso ser santo ou feiticeiro, depende do que os outros escolherem. Brancos já foram escravos, negros foram faraós, depois escravos, e nordestinos são vagabundos. Mesmo se fossem, não seria uma escolha deles. Não são nada mais do que o que o externo constrói em suas mentes, os faz acreditar que querem. Então porque a necessidade em julgar sem saber os reais motivos?
            Meu equilíbrio é para o lado com o qual mais convivi, ou com o que convivi melhor. Absorvi pelos simples fato de estar sorrindo em uma explicação. Por isso não sou inteligente. Nem bondoso, piedoso. Nunca serei bom escritor. Nunca. Se meus textos fossem bons, seriam apenas as palavras colocadas em minha mente. Não escolhi o que foi escolhido por mim pelos outros. Se meu DNA escolhesse, eu também nada seria além da decisão de cadeias protéicas. E minhas músicas, que também foram implantas nos meus ouvidos sem que eu soltasse um gemido. Eu só respondi gostando, sem querer. Na verdade sou apenas tudo o que os outros seriam em meu lugar. E eu nem escolhi descobrir o que é isso. Não que tenha descoberto exatamente. Não sei mais se sou o que sou. E porque eu deveria ser? Nesse mundo onde nada é tão tudo que já não se conhece o pouco...
Guilherme  Schnekenberg

sábado, 9 de abril de 2011

Dai a César o que é de César

            Não que eu acredite no que está escrito na bíblia. Mas acho que esta é uma frase adequada para nos orientarmos no mundo de hoje. Jesus pede que se dê a deus o que é de deus, e assim tudo fica com seus respectivos donos e tudo no seu devido lugar. Na verdade, nada é de nenhum dos dois, mas pensando com outra ótica podemos enxergar e agir menos egocentricamente frente a certas necessidades da nação.
            Mais ou menos no início das aulas na UTFPR, foi feita uma pesquisa sobre o meio ambiente pelo professor José Mauro, que ministra a disciplina referente a isto no curso técnico em agroindústria. Os resultados mostraram aquela comum visão de ‘desenvolvimento sustentável, e farei tudo que estiver ao meu alcance’ – o que não é verdade, porque não adianta pensar: tem que fazer. Todos acreditam que é possível controlar a utilização dos recursos ambientais, coisa da qual eu já não tenho mais tanta certeza. Porém, duas respostas mostraram uma visão que eu considerei contraditória. Uma era referente à criação de um imposto específico para a despoluição dos rios, outra dizia respeito a pagar mais pela troca nos mercados para sacolas recicláveis.
            Que o imposto no Brasil está sendo muito mal aplicado, e por isso a criação de outro seria muito injusta, eu sei. Mas não venha me dizer que um mercado pode ganhar mais por oferecer sacolas recicláveis. Além da procura maior, a partir do momento que ele age pelo meio ambiente, porque o mercado deveria ganhar mais lucro por cumprir uma determinação legal? Seria dever apenas do mercado arcar com esse custo, assim como a bilhetagem eletrônica da VCG, o que não acontece. Mas as pessoas ainda acham lindo dar dinheiro pras empresas privadas, e pro governo elas não querem perder mais uma parcelinha do dinheiro que tiveram tantas oportunidades para ganhar. Eu também não, só que se o imposto no Brasil fosse corretamente adequado, para consertar as desigualdades sociais e prestar serviços de necessidade das classes populares, eu acredito que o dinheiro arrecadado por impostos ainda não seria suficiente. Não sou a favor de corrupção, sou só contra esse preconceito contra o governo.
            Nessa semana houve uma enquete na página virtual da revista Veja: “Você concorda com a intervenção do governo na administração de empresas privadas? Como era de se esperar, eu fui um dos 25 que votaram sim, contra os 416 que são contra. Quando se trata de uma empresa grande como a Vale, o governo tem que intervir porque é a vida de muita gente que está envolvida, por causa de toda aquela coisa econômica que eu nunca vou entender. Ao meu ver, é super importante existir empresas privadas com certo controle do governo, indireto, pela legislação, ou bem mais direto. Pegando o exemplo da própria Vale, que deu origem à enquete, e tem dado lucro graças apenas à injeção de dinheiro do governo. Ou outras empresas de capital misto, como a PetroBras, ou a COPEL, que são voltadas ao lado estratégico da economia, não deixam de dar lucro aos acionistas, e garantem certa qualidade no serviço à população, como não é o caso de muitas empresas por aí, já que elas visam apenas o lucro e o consumidor fica a ver navios.
            Mas o que mais me irrita é dizer que as empresas podem fazer o que quiser, que além dos milionários roubarem nossos recursos naturais, terras, condições de ensino, por centavos, eles ainda não devem nada ao governo, que ainda teria que evitar que roubássemos deles o que é nosso por direito. Quem fala em reforma agrária é logo chamado de comunista, enquanto os ruralistas tramam sem medo e comemoram a morte dos Sem-Terra, mas a própria reforma agrária só acontece nos casos que a produção agrícola prejudica o meio ambiente, utiliza trabalho escravo ou quando ela não acontece, ou seja, a terra é tão necessária para o “dono”, ou o modo dele de tirar dinheiro é tão justo, que só assim ela pode ser dividida. Não vejo comunismo nisso, apenas uma medida, de esquerda sim, que prima pela justiça. Mas quem disse que o capitalismo era um sistema justo mesmo?
            O que eu acredito é que temos que lutar pelos nossos direitos. Seja não pagando imposto que não seja necessário e não pagando mais por sacolas de compra obrigatória do mercado. O que tem acontecido é culpa da mídia que joga para cima do atual governo a culpa do que acontece hoje graças ao que ela mesma propagou direitinho: a busca sem valores pelo dinheiro e o controle das pessoas para vender. E como não temos uma visão crítica suficiente da mídia, acabamos ficando nessa de que um dono de empresa pode ganhar dinheiro, mas os governantes que trabalham muito mais não podem. Sei que há capitalistas que trabalham, mas acabam por ganhar mais do que merecem graças à mais-valia. Acredito num valor pago proporcional ao seu trabalho, e não em um dinheiro que varia de acordo com a alienação dos consumidores, e essa variação não é boa nem para eles: amanhã se a economia, tão bem controlada pelo atual governo, voltar a se desestabilizar, eles também vão ter prejuízos. Aí eu quero ver quem vai, mais uma vez achar linda a intervenção do governo na economia. Mas nunca pelas pessoas mais necessitadas.
Guilherme Schnekenberg

terça-feira, 8 de março de 2011

Hoje é carnaval!


...E nada melhor do que prestigiar esse feriado com uma crítica, por que não?!
Estou postando esse vídeo que achei muito interessante. A jornalista mostra de forma sucinta alguns mitos e umas boas verdades sobre o tão adorado carnaval.
Assista e tire suas próprias conclusões.




Bom feriado a todos.

Milena B.