sexta-feira, 22 de abril de 2011

Se discordar, Relinche!

Se passar na banca e ver a VEJA, não compre.
Se comprar, não abra.
Se abrir, não leia.
Se ler, não acredite.
Se acreditar, RELINCHE.


            Essa recomendação genial que foi extraída do blog “Brasil, mostra a tua cara!” e parafraseada aqui, vale para a Veja, a Folha, a Época e muitas outras fontes de informação que a gente costuma tomar como principal. Pra falar a verdade, existe alguma mídia de acesso tão conhecido quanto as citadas que seja de confiança? As redes televisivas, revistas e jornais de hoje estão apenas tentando exercer a função de manter a inércia do mundo: o de cima sobe e o de baixo desce. Obviamente que as próprias redes estatais dos governos corruptos não deixam transparecer toda a verdade. No caso do Paraná, a programação da rede educativa já mudou bastante este ano.
            Às vezes, eu tenho discussão com pessoas que de repente soltam um “até na globo eles falaram!”. Essa é a hora que eu digo ‘você acredita mesmo nisso?’. Se a resposta é sim, fim da discussão. Como eu vou discutir com uma pessoa que simplesmente aceita o que eles querem que a gente acredite pra ficarem por cima da carne seca?
            Essas redes só defendem os ideais liberalistas, atacam programas de políticas públicas como se todo mundo, sem o mínimo incentivo, tivesse que simplesmente se adequar ao sistema como alguns fizeram, só que com todo apoio necessário. Criticam os direitos que a classe operária vai ganhando a passos de formiga. Antes das eleições, saiu na Época uma reportagem sobre as diferenças entre José Serra e Dilma. Todo mundo sabe que eu acho que a Dilma está a anos-luz a frente de seu ocasional concorrente. Mas a Época não, e por isso mostrou aos leitores as idéias da Dilma, e explicou, defendendo, detalhadamente, os pontos de José Serra. Jornalistas de uma ética que só vendo...
            Entre essas e outras raivas, me perguntam também porque não sou a favor da proteção do diploma de jornalista se eu quero ser um. Olha, eu sei que é importante para a proteção da classe, mas ao mesmo tempo, quer dizer então que quem não fizer faculdade não pode se expressar? Na realidade, meu ponto é o seguinte: existem tantos jornalistas colocando inverdades frente ao povo, que não faz sentido dizer que quem estudar isso vai ter mais ética. Sou a favor, não de um controle irrestrito, mas alguma forma de evitar que se digam mentiras. Sei que é difícil, por melhor que sejam as intenções do presidente anterior e da atual presidenta (e são ótimas! Não se deixe alienar pela mídia XXXX!), termos um controle eficaz e imparcial da divulgação de notícias, mas as classes populares não têm condições de filtrar notícias, e por isso se faz tão necessária uma legislação controladora. Não como a da ditadura, que impedia quem era a favor de liberdade de se expressar. Mas um órgão que controle as mentiras, divulgadas tanto pelas (muitas) fontes de informação ligadas à direita quanto pelas (raras) fontes de notícias favoráveis à esquerda. Isso parece com ditadura, mas consiste simplesmente em proteger o leitor, que vai ter uma informação mais rica de verdades, mesmo que essas venham com opiniões resumidas em 'pobre tem que se ferrar!'. Que seja mostrada a verdade toda, e não que algumas sejam ignoradas pelos "jornalistas".
            Uma coisa é a sua opinião, por mais ridícula e contra os direitos dos trabalhadores ela seja. Outra coisa bem diferente é colocar aquilo como uma verdade, sem pensar nas conseqüências que vai ter na cabeça dos coitados subordinados aos que querem dinheiro a qualquer custo. Na verdade, a grande mídia pensa nisso sim: pra poder usar justamente esse efeito contra o povo. Isso faz todo mundo aceitar as condições ridículas de vida, e em muitos casos tentar nadar contra a corrente que faz o país evoluir igualmente pra todo mundo, simplesmente por não ter a educação adequada que o País está tentando começar a fornecer. Mas isso demora. Enquanto isso, o que nós podemos fazer é ter a visão mais crítica a respeito dessa mídia mentirosa, que se mascara em visuais bonitos e tipos ideais de felicidade. Não se basear em uma fonte só. Ao menos conhecer os dois lados da moeda. Até aqui, é tudo sua obrigação como cidadão. Mas de preferência, escolha o lado que defende o que é bom pra todos. O triste é que você ainda pode escolher o lado que só defende alguns, mas a escolha ainda é sua.

Guilherme Schnekenberg

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Manifesto Psicanalista


            Hoje o post estará tanto aqui no Indigestão Social quanto no Indigestão Literária, visto que isso era pra ser só um texto poético mesmo, que acabou tocando nos pontos básicos da minha visão de cultura e formação de pensamentos e gostos, que são fundamentos importantíssimos pra explicar que a justiça só está em uma sociedade onde todos sejam iguais de fato. Não que eu seja um especialista em psicanálise, mas isso é o que eu acho, resume tudo que eu vivo falando sobre porque os seres humanos fazem o que fazem, desde assassinato até ouvir música...

            Sabe o que é mais legal nisso? Que eu não sou o que quero ser. Nem nunca fui ou nunca serei. A começar pelo meu nascimento, que eu nunca decidi. E ainda no ventre era forçado a escutar Tom Jobim. Não que hoje eu não goste, mas isso foi algo que me faz até hoje rejeitar, a princípio pelo menos, o que não corresponde à arte acadêmica. Leram pra mim livros que hoje eu percebo serem fascistas, ensinando-me como ser um rapaz correto, sem falar palavrão, ou roubar, que é o que faria sem essa fixação de valores se fosse preciso. Mas do jeito que esses valores me deixaram, mesmo se estivesse com fome eu não roubaria, porém, considero isso mais do que digno.
            Deus não existe. Pelo menos pra mim. Coisa das influências na minha juventude. Mas fui criado com tantos valores católicos que acho que o homem tem alguma espécie de direito sobre a natureza. Não é minha culpa, eu não escolhi. Foi tudo caindo como o céu, que nos molha como bem entender. Na verdade nem ele escolhe. Está condicionado às nossas interferências ambientais.
            Outra coisa é essa história de me vestir de um jeito, vestir de outro. Não teria pego uma calça xadrez com uma camisa listada se não soubesse desse existência de (não-)combinação. Tudo que eu gosto. Tem uma interação química no meu organismo, mas que é condicionada pelos valores culturais, como “comer doce para ansiedade”. Bastaria alguém dizer desde a minha infância que o salgado acalma mais. Ou o amargo. Eu poderia escolher outra coisa sem o fator cultural. E de nenhuma forma eu estaria escolhendo.
            Por isso não me importa se é moda da vez gostar de bolo, de torta, de café, preto ou branco, chocolate. Algo me levou a gostar de mim, e sendo assim eu sou assado. Não interessa quem está do meu lado.
            O mundo me disse mil coisas, das quais tirei mil e uma com ajuda de outras. Por isso não sei se sou eu que estou aqui dentro mesmo, ou tudo isso que estou sentindo só inventaram pra mim. Posso ser santo ou feiticeiro, depende do que os outros escolherem. Brancos já foram escravos, negros foram faraós, depois escravos, e nordestinos são vagabundos. Mesmo se fossem, não seria uma escolha deles. Não são nada mais do que o que o externo constrói em suas mentes, os faz acreditar que querem. Então porque a necessidade em julgar sem saber os reais motivos?
            Meu equilíbrio é para o lado com o qual mais convivi, ou com o que convivi melhor. Absorvi pelos simples fato de estar sorrindo em uma explicação. Por isso não sou inteligente. Nem bondoso, piedoso. Nunca serei bom escritor. Nunca. Se meus textos fossem bons, seriam apenas as palavras colocadas em minha mente. Não escolhi o que foi escolhido por mim pelos outros. Se meu DNA escolhesse, eu também nada seria além da decisão de cadeias protéicas. E minhas músicas, que também foram implantas nos meus ouvidos sem que eu soltasse um gemido. Eu só respondi gostando, sem querer. Na verdade sou apenas tudo o que os outros seriam em meu lugar. E eu nem escolhi descobrir o que é isso. Não que tenha descoberto exatamente. Não sei mais se sou o que sou. E porque eu deveria ser? Nesse mundo onde nada é tão tudo que já não se conhece o pouco...
Guilherme  Schnekenberg

sábado, 9 de abril de 2011

Dai a César o que é de César

            Não que eu acredite no que está escrito na bíblia. Mas acho que esta é uma frase adequada para nos orientarmos no mundo de hoje. Jesus pede que se dê a deus o que é de deus, e assim tudo fica com seus respectivos donos e tudo no seu devido lugar. Na verdade, nada é de nenhum dos dois, mas pensando com outra ótica podemos enxergar e agir menos egocentricamente frente a certas necessidades da nação.
            Mais ou menos no início das aulas na UTFPR, foi feita uma pesquisa sobre o meio ambiente pelo professor José Mauro, que ministra a disciplina referente a isto no curso técnico em agroindústria. Os resultados mostraram aquela comum visão de ‘desenvolvimento sustentável, e farei tudo que estiver ao meu alcance’ – o que não é verdade, porque não adianta pensar: tem que fazer. Todos acreditam que é possível controlar a utilização dos recursos ambientais, coisa da qual eu já não tenho mais tanta certeza. Porém, duas respostas mostraram uma visão que eu considerei contraditória. Uma era referente à criação de um imposto específico para a despoluição dos rios, outra dizia respeito a pagar mais pela troca nos mercados para sacolas recicláveis.
            Que o imposto no Brasil está sendo muito mal aplicado, e por isso a criação de outro seria muito injusta, eu sei. Mas não venha me dizer que um mercado pode ganhar mais por oferecer sacolas recicláveis. Além da procura maior, a partir do momento que ele age pelo meio ambiente, porque o mercado deveria ganhar mais lucro por cumprir uma determinação legal? Seria dever apenas do mercado arcar com esse custo, assim como a bilhetagem eletrônica da VCG, o que não acontece. Mas as pessoas ainda acham lindo dar dinheiro pras empresas privadas, e pro governo elas não querem perder mais uma parcelinha do dinheiro que tiveram tantas oportunidades para ganhar. Eu também não, só que se o imposto no Brasil fosse corretamente adequado, para consertar as desigualdades sociais e prestar serviços de necessidade das classes populares, eu acredito que o dinheiro arrecadado por impostos ainda não seria suficiente. Não sou a favor de corrupção, sou só contra esse preconceito contra o governo.
            Nessa semana houve uma enquete na página virtual da revista Veja: “Você concorda com a intervenção do governo na administração de empresas privadas? Como era de se esperar, eu fui um dos 25 que votaram sim, contra os 416 que são contra. Quando se trata de uma empresa grande como a Vale, o governo tem que intervir porque é a vida de muita gente que está envolvida, por causa de toda aquela coisa econômica que eu nunca vou entender. Ao meu ver, é super importante existir empresas privadas com certo controle do governo, indireto, pela legislação, ou bem mais direto. Pegando o exemplo da própria Vale, que deu origem à enquete, e tem dado lucro graças apenas à injeção de dinheiro do governo. Ou outras empresas de capital misto, como a PetroBras, ou a COPEL, que são voltadas ao lado estratégico da economia, não deixam de dar lucro aos acionistas, e garantem certa qualidade no serviço à população, como não é o caso de muitas empresas por aí, já que elas visam apenas o lucro e o consumidor fica a ver navios.
            Mas o que mais me irrita é dizer que as empresas podem fazer o que quiser, que além dos milionários roubarem nossos recursos naturais, terras, condições de ensino, por centavos, eles ainda não devem nada ao governo, que ainda teria que evitar que roubássemos deles o que é nosso por direito. Quem fala em reforma agrária é logo chamado de comunista, enquanto os ruralistas tramam sem medo e comemoram a morte dos Sem-Terra, mas a própria reforma agrária só acontece nos casos que a produção agrícola prejudica o meio ambiente, utiliza trabalho escravo ou quando ela não acontece, ou seja, a terra é tão necessária para o “dono”, ou o modo dele de tirar dinheiro é tão justo, que só assim ela pode ser dividida. Não vejo comunismo nisso, apenas uma medida, de esquerda sim, que prima pela justiça. Mas quem disse que o capitalismo era um sistema justo mesmo?
            O que eu acredito é que temos que lutar pelos nossos direitos. Seja não pagando imposto que não seja necessário e não pagando mais por sacolas de compra obrigatória do mercado. O que tem acontecido é culpa da mídia que joga para cima do atual governo a culpa do que acontece hoje graças ao que ela mesma propagou direitinho: a busca sem valores pelo dinheiro e o controle das pessoas para vender. E como não temos uma visão crítica suficiente da mídia, acabamos ficando nessa de que um dono de empresa pode ganhar dinheiro, mas os governantes que trabalham muito mais não podem. Sei que há capitalistas que trabalham, mas acabam por ganhar mais do que merecem graças à mais-valia. Acredito num valor pago proporcional ao seu trabalho, e não em um dinheiro que varia de acordo com a alienação dos consumidores, e essa variação não é boa nem para eles: amanhã se a economia, tão bem controlada pelo atual governo, voltar a se desestabilizar, eles também vão ter prejuízos. Aí eu quero ver quem vai, mais uma vez achar linda a intervenção do governo na economia. Mas nunca pelas pessoas mais necessitadas.
Guilherme Schnekenberg

terça-feira, 8 de março de 2011

Hoje é carnaval!


...E nada melhor do que prestigiar esse feriado com uma crítica, por que não?!
Estou postando esse vídeo que achei muito interessante. A jornalista mostra de forma sucinta alguns mitos e umas boas verdades sobre o tão adorado carnaval.
Assista e tire suas próprias conclusões.




Bom feriado a todos.

Milena B.

sábado, 5 de março de 2011

ATENÇÃO!!!

JOVEM, LUTA PELOS SEUS DIREITOS!


           O aumento de tarifa do ônibus ainda vai ser decidido, então vamos nos mobilizar para que isso não ocorra.  A proposta inicial foi de 2,50!!! Sendo que há lugares em que o passe para os estudantes é livre...

           Mais uma vez a empresa monopolizadora de transporte coletivo da cidade, quer ter mais lucros, sendo que com isso nem o salário dos motoristas vai aumentar, e o sufoco rotineiro  dos ônibus lotados nos horários de pico vai continuar na mesma.

           É claro que existem prioridades, como a reivindicação de melhor sistema de saúde pública, mas se nós ficarmos quietos para tudo que é imposto para nós... assim não dá.

Estão todos convidados a participarem dessa reunião que será na UEPG dia 9 de março, quarta-feira



"Seja a mudança que você  deseja ver no mundo."
Mahatma Gandhi

Trote: Integração Inofensiva e Participação Voluntária?

            Primeira semana de aula é isto mesmo: fazer os calouros levarem nossas malas, sujá-los com um pouco de farinha, ovos e pasta dental, fazê-los pagar nossa cerveja e amarrar nossos tênis, pasmem. Tudo isso faz parte de um dos rituais universitários mais conhecidos hoje em dia: o trote.
            Apesar de ser proibido tanto pela lei municipal da maioria das cidades com curso superior, público ou privado, e pelo estatuto universitário também da maioria das universidades, o trote violento, humilhante, vexatório, continua acontecendo.
            O primeiro registro de trote violento foi em uma universidade na Alemanha, quando os veteranos obrigavam os novatos a consumir (isto mesmo, consumir) suas fezes e urina, além de usarem de violência e exigirem que eles os masturbassem. Garanto que você está espantado, mas isso parecia comum, tanto que quem passava por isso iria fazer no outro ano. Estranho não? Quem sabe em alguns anos eles não se espantem com o que fazemos também.
Calouro da UEPG internado
 no Hospital Municipal.
            Esse ano o trote da UEPG foi notícia nacional por levar 3 calouros ao coma alcoólico. Quem disser que eles beberam porque quiseram, está completamente enganado. Em primeiro lugar, essa história de que tudo que envolve trote é voluntário da parte do calouro, é mentira. É como a história dos “pobres vagabundos”, uma tecla na qual vocês percebem que eu vivo batendo. Os calouros são induzidos a carregar malas e etc. e tal. Quem não deixa cortarem o cabelo então... Há 3 anos no curso técnico em agroindústria da UTFPR um dos calouros não aceitou isso, e por esse motivo (e alguns outros motivos que foram agravados por esse) ele foi uma das pessoas que jamais se tornaria ‘legal’ naquela universidade.
            Quanto ao trote da UEPG, os calouros beberam pelo mesmo motivo para o qual eu não liguei ao não deixar (inicialmente) que cortassem meu cabelo: os que não beberam, não vão ser legais pelos próximos quatro ou cinco anos. O problema é que você realmente pode escolher não participar desta bagunça, e não ligar para o fato de não ter tanta moral com a galera. Só que isso não é uma coisa que você vá fazer sem algum tipo de influência. Até pra ser careta precisa ser influenciado. É claro que os colegas deles não vão achar super legal entrar em coma alcoólico. Mas uma vez que você começa a beber... tem gente que não consegue se segurar (e não tem culpa disso!). E é óbvio que quem não quis dar um golinho vai ficar com menos ‘moralzinha’. Do primeiro gole pra depois, é um pulo! Agora que isso aconteceu, os veteranos querem se livrar, como se não tivessem feito uma enorme pressão pros calouros beberem.
             O trote não passa de uma forma dos veteranos usarem os calouros como degraus para parecerem mais legais, e eu venho dizendo isso desde 2008. Eles precisam, não tem uma forma realmente boa de parecer boa gente. Pra começar, não tem um pensamento sócio-político muito ético. Gostam de músicas sem conteúdo (e ainda se acham no direito de criticar a dos outros) e uma das vantagens que contam é quantas meninas (ou meninos) ‘pegaram’ nas férias. Trote não é integração, forma de fazer amizades com calouros. É uma forma sutil de dizer “eu sou legal e alguém tem medo de mim”, como se isso fosse um motivo pra ser admirado.
            Uma forma de integração muito melhor são os chamados “trotes sociais”. Há quem fale mal das universidades particulares, e da forma de ingresso nelas. Eu sou um deles, mesmo que a nossa própria UTFPR não esteja tão à frente assim. Mas algo que temos que reconhecer é o trote social do Cescage. Os calouros são divididos em equipes coordenadas pelos professores, que prestam assistência à saúde, orientação jurídica, reformas das casas e auxílio às famílias das comunidades carentes. Sim, é o trote legal de Ponta Grossa. Esse ano, na UFPR, os calouros também foram convocados para uma obra social: reformar uma creche no bairro Cajuru, em Curitiba. Isso promove uma integração verdadeira e uma chance de fazer algo benéfico para a sociedade, mesmo que, em muitos casos, seja a única vez.
            Há quem diga que Ponta Grossa só sai nos jornais nacionais quando acontece algo de ruim na cidade. E é mesmo! Ah, não, mas isso é culpa da cidade... como da cidade? Infeliz que está lendo isso: você é o culpado por não fazer nada para parar isso, você está compactuando com isso. No site do Jornal de Londrina, a notícia do trote na UEPG foi finalizada destacando que na Unioeste e na Unicentro não houve registros de trotes deste tipo, e frisaram que na UEL e na UEM foi organizado um trote social. Os veteranos poderiam colocar a UEPG na lista das públicas com trote social e ajudar muitas famílias necessitadas. Mas é mais fácil culpar os que não são legais, como em todos os problemas do quesito humano no mundo. Isso pede mais uma reforma de cultura, e também uma seleção melhor nas universidades, que prime pela preocupação social, para a entrada de alunos que realmente pensem. Mas isso é outra história.
Guilherme Schnekenberg
Nota: como é do conhecimento da maioria, o vídeo da “banana no calouro” não está mais disponível no youtube, e só por isso não está aqui.

sábado, 26 de fevereiro de 2011

O Falho Sistema de Punição

            A maioria das pessoas há de concordar que cadeia de verdade mesmo não acontece para as pessoas mais favorecidas da sociedade. Até mesmo em novelas de redes televisivas de mídia alieanadora se observa que os mais ricos não vão presos. Em Belíssima, novela de 2005 da rede globo, a personagem diva de Fernanda Montenegro fugiu para Paris, obviamente não tendo sido presa por atrocidades que não são comuns nem pra vilões de novela, e Ainda levou de quebra o personagem do Cauã Reymond com ela.
            A começar pela cela especial para prisioneiros com curso superior. A gente sabe que até pouco tempo atrás pouquíssimos pessoas das classes baixa e média baixa tinham faculdade. Mesmo agora com as cotas e o ENEM esse acesso não é democrático, por causa de todas as adversidades que os alunos da rede pública, principalmente os negros, enfrentam enquanto os da rede privada têm todas as facilidades para ir à escola, salvo raríssimas exceções. Sendo assim, cela especial é coisa pra rico. Ou pelo menos rico em potencial.
            Há ainda entre as vozes populares uma teoria que diz que a cela especial é para que os mais instruídos não ensinem técnicas mais elaboradas de crime e os menos instruídos ‘infectem’ os mais instruídos com sua mente muito mais criminosa, pasmem.
            Dentro da cadeia, também é mais fácil pra quem tem mais dinheiro e influências. A gente sabe que aqueles que têm mais admiração dos outros na cadeia podem se aproveitar dos outros (em vários sentidos!). E quem tem mais dinheiro pode subornar os ladrões por mais conforto.
            Além disso, pessoas com mais dinheiro podem contratar o melhor advogado, enquanto outros têm que ser defendidos por aqueles designados pela justiça ou apelar para os estudantes dos núcleos de prática jurídica das universidades. Isso sem falar nos juízes. Já ouviu falar que 80% deles acham que são deuses? Os outros 20% são, sem discussão! Isso quer dizer que não param para questionar seus valores e decisões, que obviamente nem sempre são justas. Ouso dizer que grande parte deles se formou e vive alienadamente, e poucos se preocupam em analisar a legitimidade das leis frente às condições que levam uma pessoa carente a cometer algum ‘crime’.
            Não é que se você teve motivos você não precisa pagar, mas esses motivos devem obrigar os tribunais a criar uma forma de punição em que os ‘criminosos’ realmente aprendam que e porque o que fizeram está errado. Torno a dizer que os tribunais não se importam em dar condições justas, igualitárias, mas se o fizessem, crimes não seriam cometidos. Precisamos de mais psicólogos, psicopedagogos, pedagogos, professores, sociólogos e assistentes sociais (que não estejam a serviço dos ricos e) que determinem o que é que nós temos que fazer para garantir direitos, e por isso desprezo um pouco a necessidade de advogados.
            Mas para falar a verdade esse texto era para ser mais sobre fiança do que os fatores envolvidos na punição, o que não pude fazer por um motivo que me deixou um pouco mais otimista com a constituição brasileira. Não que seja impossível haver erros em tudo que está escrito acima, mas minha intenção hoje ao por o lápis de encontro com o papel era criticar o fato de que uma pessoa rica pode escapar de alguns crimes pagando. Remete às indulgências da Igreja Católica não é mesmo? Não queria ser nenhum Martinho Lutero, mas dei com os burros n’água ao descobrir que o preço da fiança se adequa ao preço que o criminoso pode pagar. Mesmo assim, fica difícil para quem tem menos dinheiro e rouba para comer, já que se, por exemplo, a fiança for reduzida à metade de um salário mínimo essas pessoas ainda não terão condições de pagar. E também há aqueles ladrões de colarinho branco que conseguem esconder as provas subornando e envolvendo testemunhas, ou os que roubam por meios lícitos, como acontece no capitalismo. E o problema é que muita gente desinformada acha isso justo, bonito e exemplar, pois alguém “trabalhou e venceu na vida”. E muitos chegam novamente a cargos altos, como no senado, governo estadual e municipal. E agora, como faz para mudar?
Guilherme Schnekenberg,
diretamente de Ponta Grossa, Paraná.

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

PETA(nos) e VEGAN(os)?


               Alcançar um mundo cada vez mais sustentável é um objetivo incitado na humanidade nos últimos anos, já que a Mãe Natureza agora dá suas respostas depois de tantos anos de exploração desenfreada.
            Umas das formas de sustentabilidade, afirmam alguns, seria um mundo vegan – sem qualquer produto de origem animal ou, no mínimo, vegetariano – sem carne. A produção de gás carbônico seria reduzida em 40% se a população mundial deixasse de consumir esse item tão valorizado no cardápio.
            Seja pela saúde, preocupação ambiental ou defesa dos animais, adotar uma dieta vegetariana pode trazer muitos benefícios, como algumas estatísticas indicam: pessoas que seguem dietas vegetarianas têm menor incidência de doenças cardíacas, câncer e osteoporose.
            Apesar disso, afirmam alguns cientistas que o consumo de carne pelos seres humanos trouxe uma grande vantagem em relação às dietas vegetarianas durante época pré-histórica: o cérebro pôde se desenvolver com maior ingestão de gordura, ferro e proteínas. No período Neolítico, porém, com a prática da agricultura, houve a possibilidade de se obter alimentos também ricos em proteínas, portanto a ausência da carne seria compensada por outras opções de origem vegetal.
            Defendem essa última idéia os mais de 2 milhões de ativistas do PETA (People for the Ethical Treatment of Animals), uma ONG fundada em 1980 pela britânica Ingrid Newkirk. Essa instituição, segundo sua fundadora em uma entrevista para a revista ISTOÉ (12 JAN/20011), defende que “[...] animais são feitos de carne e sangue, como nós. Todos eles têm emoções, sentem medo e dor, amor e alegria, e querem permanecer vivos, assim como a gente.”
            A ONG, com o escritório situado em Norfolk (Virgínia, EUA), conta com um orçamento anual superior a 30 milhões de dólares, gerados através de arrecadações de fundos, pagamentos de taxas pelos integrantes e vendas de camisetas e produtos. Ela visa proteger animais de todos os atos de exploração humana promovendo educação sobre o assunto, investigações, pesquisa, resgate de animais, envolvimento de celebridades e campanhas de protesto, como nas propagandas da atriz canadense Pamela Anderson e do ex-baixista do Guns and Roses Duff Mckagan e sua esposa Susan Holmes.
            Os resultados desses movimentos podem ser vistos como vitórias. O PETA conseguiu acabar com os testes de segurança de veículos em animais vivos (a GM, para testar o impacto dos carros, colocava porcos vivos na pista). Evitou que 4 milhões de animais fossem submetidos a substâncias químicas (que já se sabia serem prejudiciais a seres humanos). Colaborou com a decisão da atriz Eva Mendes ao parar de usar peles após receber uma carta e um vídeo chocante de animais sendo escalpelados e até algumas ações agressivas, como invadir a página do Facebook da grife Donna Karan, a qual utiliza peles de animais em suas coleções, e escrever “Assassina de coelhos!”.
            Um dos novos engajamentos da instituição é de fazer com que a cantora Lady Gaga pare de comer carne, após o episódio em 2010 quando saiu na capa da revista “Vogue Hommes” e recebeu um prêmio no “MTV Video Music Awards” (Los Angeles) com trajes feitos de carne crua.
            Gaga explicou (ao menos tentou) que a roupa não foi uma ofensa, mas um modo de chamar a atenção para questões como o preconceito. "Se não defendermos o que acreditamos e não lutarmos pelos nossos direitos, logo teremos tantos direitos quanto a carne que cobre nossos ossos. Eu não sou um pedaço de carne", protestou ela no programa de Ellen DeGeneres. Em resposta, a apresentadora (que é vegetariana) lhe deu de presente um biquíni e uma saia feitos de vegetais.
            Você é hipócrita. Você, eu e todas as pessoas que consomem carne. Pelo menos é isso que Ingrid Newkirk afirma na entrevista à ISTOÉ “é hipocrisia comer carne e dizer que respeita os animais” – a não ser que você diga não respeitar os animais. Talvez o respeito que alegamos ter não seja suficiente nem para a presidente da fundação nem para os animais que colocamos à mesa todos os dias.

            Para os que têm interesse em acessar o site do PETA, aqui vai o link: http://www.peta.org/.
            Aconselho o vídeo do Paul McCartney (é em inglês) que contém a descrição "GLASS WALLS" no site. A versão legendada pode ser encontrada nesse link http://www.youtube.com/watch?v=FgavacZ_47Q.

Sabrina Brigola

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Termos politicamente incorretos: Comunismo

           “Parece até um comunismo disfarçado!” foi a frase que ouvi da minha ex tia-avó favorita, ao reclamar do aumento do IPTU. Minha avó fez questão de completar: “Disfarçado? Tá virando um comunismo aberto já!”. Fica claro que elas são apenas duas das inúmeras vítimas do uso de termos políticos por uma cultura alienada.
            Assim como o anarquismo, o comunismo sofre um preconceito ensinado a nossos avôs por causa dos interesses de certos grupos. Qualquer um que tenha se interessado um pouco em história sabe que a ditadura foi financiada pelos Estados Unidos. O governo torturava e assassinava os “comunistas”, que muitas vezes apenas queriam um povo livre, não mudar o sistema político vigente. Ainda assim, há quem diga nos dias de hoje que a ditadura foi boa para impedir os comunistas de chegar ao poder. Muitas histórias sem sentido foram contadas para nos fazer pensar assim: “se os comunistas assumirem, o bispo vai aparecer pendurado naquele poste ali, filha!” ou então a clássica “comunistas comem criancinhas”. No 3º ano do ensino médio, eu tenho uma colega que acha que Hitler era comunista!
Se ser comunista é ser louco, então ser louco é querer igualdade e justiça social.
            Mas na realidade, quem somos nós? E o que há de tão errado em desejar viver num país onde todos tenham acesso às mesmas coisas?
            O comunismo nada mais é do que um sistema político e econômico onde não existe propriedade privada. Isto quer dizer apenas que se uma pessoa é dona de uma indústria e ganha dinheiro apenas por ser a  dona, essa empresa passará a ser de todos que trabalham nela. Ou seja, a indústria vai pra frente, porque todos estão interessados nisso, e o capitalista não fica ganhando dinheiro pra não fazer nada. Não se preocupe, sua casa ainda será sua! O necessário é que os meios de produção, as maneiras de ganhar dinheiro, sejam distribuídos igualmente, de forma que tenha trabalho pra todos. Ninguém precisa roubar, e ninguém ganha dinheiro injusto.
            Ninguém sustenta ninguém no comunismo. Você não vai trabalhar para um vagabundo. Muito pelo contrário, no comunismo as pessoas tornariam possível o trabalho de todos. Para falar a verdade, essa coisa de trabalhar para um vagabundo é o que acontece no capitalismo: o dono da empresa acha que faz mais porque correu o risco do empreendimento, porque começou uma empresa do nada, ou outros motivos absurdos e não lembra dos que tornaram seu sucesso possível. Em indústrias, os operadores têm salários fixos. Mas o dono da indústria exige muito esforço dos funcionários para que seus lucros aumentem. Mas os funcionários não ganham nada por trabalhar mais. Onde está a justiça nisso? E deus, onde é que está?
            Reforma agrária, cotas nas universidades públicas, bolsa família, e outros programas de assistência social, são formas que o governo tem de compensar aqueles que não tiveram as mesmas oportunidades e a mesma educação que nós, privilegiados. Isto tudo está longe de ser uma atitude comunista!
            Outra visão que precisa ser repensada é a aplicação do sistema comunista no mundo atual. “Vai pra Cuba rapaz!” é uma frase de um tio que me disse que eu ainda tinha muita coisa pra aprender. O fato é que ele é um economista, que supostamente tinha que entender de sociologia, e não entende. As pessoas pôe a liberdade das pessoas nos países em questão como contra-argumento. Só que em nenhum lugar do mundo já se viveu o comunismo proposto pelos teóricos clássicos e militantes atuais. O que se vive é o socialismo, que não é plenamente um socialismo, já que está acompanhado de um regime ditatorial. Teoricamente, o socialismo é uma fase da revolução operária onde o Estado (esse sim em letra maiúscula, soberano porque representa o povo de verdade) é o dono de tudo e garante que todos sejam cobrados igualmente de acordo com suas capacidades.
            Nos atuais governos socialistas existem dois problemas que enxergo como os principais: o regime ditatorial e a falta de uma perspectiva econômica. Cuba ainda sofre o embargo econômico, e acaba tendo seu desenvolvimento comprometido. Se no Brasil o dinheiro fosse distribuído igualmente, nós sabemos que a renda de cada um seria suficiente. Só que os outros países, por perderem um pouco do mercado super consumista, não apoiariam, o que faria a economia decair.
            Sobre a liberdade, eu posso afirmar que até abriria mão da minha por dinheiro distribuído igualmente, se fosse a única alternativa. Mas não é preciso. O que ocorreu nos governos socialistas foi que o povo deixou de participar da revolução. Nenhuma revolução vai a lugar algum se os revolucionários deixarem-se ser governados ao fim dela. Deixar o governo nas mãos de uma pessoa é tolice. Você vive com pessoas em um grupo, e você é responsável por ele. Se discordar, pelo menos você há de saber que não pode deixar-se governar por um ser incapaz ou parcial nas decisões. Na antiga União Soviética, todos tinham emprego, mas os favoráveis ao capitalismo foram perseguidos.
            O importante mesmo é se informar. Não ficar achando que comunismo é ruim porque você não pode ter nada, já que sua vó disse. Nem sair por aí abominando a foice e o martelo porque são símbolos que demonstram violência. A humanidade pede por pessoas que julguem só depois de conhecer, e utilizando a razão para entender que naturalmente, tudo é de todos e por isso, as oportunidades têm que ser iguais. Cabe a nós desenvolver um sistema novo, talvez como o comunismo proposto inicialmente, e fazê-lo bom para todos, em liberdade e saciando as necessidades básicas de todos. E lembrar de procurar num dicionário antes de sair falando asneira, já que a sociedade está na situação ruim que está porque as pessoas não vêm problema em cometer pequenos erros linguísticos sem maldade, mas que acabam por comprometer as necessidades de alguns só por se falar.

Guilherme Schnekenberg

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Para preservar aquilo que é de todos

             A ganância do ser humano tornou-se tão grande nos últimos anos que as conseqüências atingiram não só aqueles com os quais ele não se importava, mas também algo que será deixado para seus próprios filhos. Enquanto os capitalistas, sem mover uma palha sequer, gastam a matéria prima, que não é deles, em uma fábrica, que não é dignamente deles, empregando algumas pessoas, com salários ridículos, eles acabam produzindo resíduos que afetam a natureza, que já dá respostas catastróficas à humanidade.
            A cada dia, podemos ver cada ver mais pessoas que se revoltam com medidas desfavoráveis ao meio ambiente. Alguns têm mais dó de um cachorro do que de uma pessoa. “É que a pessoa tem como sair de onde está, já o cachorro nem ao menos é racional!” ou então “Querendo ou não, se as pessoas se esforçassem poderiam arranjar emprego”. O problema é que isso não é verdade. As pessoas não têm como se ajudar se a mídia, que faz de tudo para manter o dinheiro nas mesmas mãos, faz com que a maioria delas não busque com tanto ardor um futuro melhor. As pessoas são educadas, nunca fazem escolhas próprias. Tanto quanto o cachorro que dorme dentro do seu quarto e come uma ração mais cara do que a renda disponível para comer para uma grande parte da população.
            De fato, o meio ambiente não pode fazer nada se os poderosos o destroem. E é a casa deles. O grande consumo, que faz com que eles ainda tenham lucros, está alterando o clima em proporções que parecem pequenas para muita gente, mas são desastrosas, e estão ocorrendo muito mais rápido do que estariam se o homem não estivesse agindo. Cada vez mais percebemos que precisamos alterar nossa cultura de consumo para salvar o nosso planeta.
            Uma dupla de designers desenvolveu um sistema de consumo que promove uma sustentabilidade sem igual. E não é necessário parar de andar de carro nem deixar a carne de lado, segundo a revista Super (“Vá às compras e salve o mundo”, por Sabine Righetti e Karin Hueck). A reportagem afirma que William McDonaugh, desinger americano, e Michael Braungart, químico alemão, escreverem o livro “Do Berço ao Berço: Repensando a Maneira Como Fazemos as Coisas” e o lançaram no próprio sistema que desenvolveram: as folhas são de plástico, o que permite que sejam lavadas e sejam impressas coisas novas.
            Ainda segundo a Super, os eletrônicos também passariam por uma mudança na compra. Sabe quando você recebe o aparelho para transmitir tv a cabo pagando apenas o serviço? Com a própria tv poderia acontecer o mesmo: você pagaria pelo serviço ao invés de comprar algo que foi extraído gratuitamente da natureza, e seria de total responsabilidade da indústria reutilizar esse e todos os outros aparelhos eletrônicos para produzir novos. É aí que a cultura que seria necessária é mais interessante ainda: o conceito de posse seria alterado, uma vez que você pagaria aquilo que você realmente consome. Assim, ninguém tira lucro de algo que não lhe pertence e ainda ajuda a proteger o meio ambiente.
            Assim, o consumo exagerado pode deixar ecologistas felizes e começar a conscientizar as pessoas do direito que elas têm sobre as coisas do planeta. Se nascemos todos iguais, porque a matéria prima da tv tem que ser paga? Só temos a ganhar com essa nova proposta de consumo.
            O problema é que as empresas não vão querer se responsabilizar pela reutilização. Tudo que diminua seus lucros sempre vai ter obstáculos. Por outro lado, empresas que reutilizam poderão ampliar ainda mais seu mercado consumidor, já que as pessoas estão super engajadas em proteger a arvorezinha. Mas quem sabe assim talvez as pessoas finalmente utilizem a razão para pensar sobre o direito à propriedade e verão que na natureza tudo é de todos e ninguém pode tirar proveito da matéria que lhe foi dada de graça, e apenas do seu trabalho verdadeiramente esforçado. E continuo sonhando com o dia em que as pessoas achem mais bonito ver uma pessoa que quer uma sociedade onde todos tenham direitos realmente iguais do que escutar alguém que se manifeste pelo meio ambiente.

Guilherme Schnekenberg

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Miséria mundial X Ostentações Religiosas



Talvez você cristão que está lendo, sabe de cor as passagens da Bíblia, já se deparou, uma vez ou outra com textos como esses:

“E disse ao povo: Acautelai-vos e guardai-vos de toda espécie de cobiça; porque a vida do homem não consiste na abundância das coisas que possui." Lucas 12:15 

 “Porque o amor ao dinheiro é raiz de todos os males; e nessa cobiça alguns se desviaram da fé, e se traspassaram a si mesmos com muitas dores.” 1 Timóteo 6:10

“Porque onde estiver o teu tesouro, aí estará também o teu coração.” Mateus 6:21 

"Não podeis servir a Deus e às riquezas."Mateus 6:24

...entre outros, semelhantes.


Pois bem.  Venho por meio deste texto relembrar, e expor meu ponto de vista, sobre um assunto que merece conhecimento. Aliás, todos sabem desses fatos! Não é nenhuma surpresa, a forma como as riquezas são mal distribuídas, até para quem prega o amor ao próximo! que irônico não?

O mundo enfrenta o abismo da pobreza. todos os dias, mais  de 2 milhões de pessoas morrem de fome POR DIA!  Não bastasse isso, há duas décadas, a África da fome, das guerras e dos refugiados morre lentamente, vítima da AIDS. Mais de 23 milhões de casos numa população de 760 milhões de pessoas. 

Enquanto isso, existe muito ouro no vaticano, mais do que você imagina. E milhares de outras igrejas ou seitas, que constroem verdadeiros palácios, com o dinheiro dos fiéis. 

E a desculpa é sempre a mesma: "Por que, para Deus, não deveríamos ofertar o que há de melhor?" 
...mas, então!!! não seria melhor ofertar o amor ao próximo e a caridade, do que apenas construir templos com ouro, mármore e etc?!!!

É claro que se tratam de religiões, e todo religião esta sujeita às mãos humanas e suas falhas. Afinal, quem somos nós para julgar as pessoas e seus atos? Apenas reflitam nisso! Vamos tomar como exemplo a humildade e o amor de Jesus em nossas vidas.

Sabemos que existe muito mais dinheiro na mão de pessoas que ignoram completamente os problemas do mundo e que negam a existência de um Deus, ou pouco se importam com crenças, mas aqui estamos tratando de Instituições que, supostamente pregam o amor ao próximo, a humildade e a caridade, o que torna a pobreza no mundo algo extremamente irônico!


Milena Bozek